Por Débora Sales
Quem é Gabriela ? Jorge Amado lançou Gabriela, Cravo e Canela em 1958, livro que se transformou num sucesso absoluto, inclusive internacionalmente. Crônica de costumes provincianos da sociedade cacaueira, o romance esgotou as seis primeiras edições no primeiro ano de publicação, ganhou versões em 33 idiomas (é a obra do autor com maior número de traduções) e virou novela e filme.
Romance urbano, passado quase todo na rica Ilhéus da década de 1920, apresenta coronéis e jagunços, prostitutas e malandros, imigrantes e sinhazinhas envolvidos em manobras políticas e tramas de amor e crime. Recheado de humor e com uma movimentação de caráter quase burlesco, o livro marca a virada nos procedimentos artísticos e políticos de Amado, que depois escreveria Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966) e Tieta do Agreste (1977). Nessa fase se encontram ainda as novelas Velhos Marinheiros (1961) e Tenda dos Milagres (1970), esta última adaptada ao cinema por Nelson Pereira dos Santos.
Em Gabriela, o cacau não gera mais sangue, mas riqueza, e seu perfume maduro mescla-se ao aroma das flores da estação e do tabuleiro da sensual protagonista, conforme a descrição do autor no início do terceiro capítulo. Trata-se de uma crônica da modernização dos costumes, para cuja guinada ajuda a contribuir Gabriela, ou melhor, seu comportamento libertário e a reação do árabe Nacib, apaixonado por ela. A narrativa segue assim, do geral ao particular e do particular ao geral, residindo nesse movimento, em que se entrelaça o ir-e-vir de dezenas de personagens representativos. De tremendo apelo e grande repercussão, contribuiu para formar, junto com outras ficções do autor, a imagem “exótica” do Brasil no exterior, só mais recentemente nuançada.
Um dos mais queridos escritores brasileiros de todos os tempos, morto em 6 de agosto de 2001, quatro dias antes de completar 89 anos, Jorge Amado de Faria nasceu em 1912, numa fazenda do município de Itabuna, Bahia. Quando tinha dez meses, seu pai, um comerciante sergipano que chegou a ser proprietário de terras no sul da Bahia, foi ferido numa tocaia em sua própria
fazenda. No ano seguinte, mudou-se com a família para Ilhéus, fugindo de uma epidemia de varíola. Quem é Gabriela ? Jorge Amado lançou Gabriela, Cravo e Canela em 1958, livro que se transformou num sucesso absoluto, inclusive internacionalmente. Crônica de costumes provincianos da sociedade cacaueira, o romance esgotou as seis primeiras edições no primeiro ano de publicação, ganhou versões em 33 idiomas (é a obra do autor com maior número de traduções) e virou novela e filme.
Romance urbano, passado quase todo na rica Ilhéus da década de 1920, apresenta coronéis e jagunços, prostitutas e malandros, imigrantes e sinhazinhas envolvidos em manobras políticas e tramas de amor e crime. Recheado de humor e com uma movimentação de caráter quase burlesco, o livro marca a virada nos procedimentos artísticos e políticos de Amado, que depois escreveria Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966) e Tieta do Agreste (1977). Nessa fase se encontram ainda as novelas Velhos Marinheiros (1961) e Tenda dos Milagres (1970), esta última adaptada ao cinema por Nelson Pereira dos Santos.
Em Gabriela, o cacau não gera mais sangue, mas riqueza, e seu perfume maduro mescla-se ao aroma das flores da estação e do tabuleiro da sensual protagonista, conforme a descrição do autor no início do terceiro capítulo. Trata-se de uma crônica da modernização dos costumes, para cuja guinada ajuda a contribuir Gabriela, ou melhor, seu comportamento libertário e a reação do árabe Nacib, apaixonado por ela. A narrativa segue assim, do geral ao particular e do particular ao geral, residindo nesse movimento, em que se entrelaça o ir-e-vir de dezenas de personagens representativos. De tremendo apelo e grande repercussão, contribuiu para formar, junto com outras ficções do autor, a imagem “exótica” do Brasil no exterior, só mais recentemente nuançada.
Um dos mais queridos escritores brasileiros de todos os tempos, morto em 6 de agosto de 2001, quatro dias antes de completar 89 anos, Jorge Amado de Faria nasceu em 1912, numa fazenda do município de Itabuna, Bahia. Quando tinha dez meses, seu pai, um comerciante sergipano que chegou a ser proprietário de terras no sul da Bahia, foi ferido numa tocaia em sua própria
Alfabetizado pela mãe e depois fazendo o curso secundário com jesuítas em Salvador e no Rio, Jorge Amado sempre teve desenvoltura na escrita. Com apenas 14 anos conseguiu emprego como repórter policial. Em 1931, mesmo ano em que entrou para a Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, publicou seu primeiro romance, O País do Carnaval. A partir de 1932, por influência de Rachel de Queiroz, aproximou-se do Partido Comunista. Por sua oposição ao Estado Novo de Getúlio Vargas, foi preso em 1942.
O escritor foi o quinto ocupante da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, hoje de posse de sua viúva, Zélia Gattai. Recebeu inúmeros prêmios e denominações honoríficas, nacionais e internacionais, inclusive a de doutor honoris causa, mas a de que mais se orgulhava era a de obá orolu, um dos mais altos títulos do candomblé.
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