quinta-feira, 17 de junho de 2010

A empregabilidade para os imigrantes nordestinos em São Paulo


Por Débora Mattos

São Paulo é o principal estado urbanizado do país, composto por 39 municípios, integrados espacial e economicamente, do ponto de vista da produção e principalmente pelo mercado de trabalho.
Conhecida com a “terra das oportunidades” seja de trabalho, moradia, estudos, convívio sociais e afins a cidade de São Paulo recebe diariamente cerca de muitos migrantes e emigrantes que se instalam para almejar os benefícios que ela pode proporcionar.
        . Os nordestinos vêem para São Paulo, na maioria das vezes, a procura de melhores condições de vida para si e para seus familiares. Normalmente sua estadia é definitiva e só retornam para visitar seus parentes e amigos.
        “De maneira geral os nordestinos migraram para São Paulo para obter melhores condições de vida. Normalmente se instalam e vão em  busca de um emprego, de constituir uma moradia, sua família e de reproduzir de forma ampla e completa”.  Comenta o professor da Universidade de São Paulo Júlio César Suzuki, especialista em geografia agrária e urbana de São Paulo.
Estudo realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra Domicílio - PNAD 2001, por meio de entrevistas com os chefes de famílias migrantes residentes em 1993 no Estado de São Paulo, identificou-se que procura por trabalho e motivos relacionados à família constituíam-se as justificativas mais citadas para a mudança para São Paulo. Nesta pesquisa afirma que o fator predominante da migração para a cidade paulistana esta ligada a necessidade de acompanhar a família que já se deslocou para em São Paulo nos últimos anos. Já o aspecto mercado de trabalho encontrasse em segundo lugar.
“A migração nordestina é exclusivamente motivada por melhorias nas condições de vida nos centros urbanos de SP e pela fuga de condições desfavoráveis como desemprego, dificuldades na área da educação e dificuldades na área da saúde e moradia”. Contesta o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Helion Póvoa Netto, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM).
         No mercado de trabalho, as áreas que a população nordestina se destaca são como empregadas domésticas, garis, vigias, se concentram nas indústrias, setores vinculados a trabalhos braçais como em construções civis. 
“A maioria dos nordestinos são admitidos em cargos como empregadas domesticas como garis, como vigias, nas indústrias, trabalhos vinculados como tarefas mais braçais. mais este é o parâmetro mais geral. não dá para dizer que todo nordestino viva essa situação de inclusão mais precária mais marginal em relação ao mercado de trabalho.” Afirma o professor Júlio Cesar.
Atualmente o fluxo migratório de nordestinos para SP diminuiu em comparação as décadas de 30 a 70. Segundo informações do SEADE , em 1988, as pessoas vindas do Nordeste representavam quase 60% da migração. Já em 2007, elas significaram aproximadamente 49%. Mesmo com esta queda os nordestinos ainda são o maior grupo migrante na metrópole paulista.
O professor e pesquisador José Marcos Pinto da Cunha, do NEPO, Núcleo de Estudos Populacionais da Unicamp, Universidade de Campinas, comenta alguns aspectos da diminuição do fluxo migratório para a região metropolitana de São Paulo. “A idéia do ‘Sul Maravilha’ formada pelos brasileiros ao longo dos anos começa a mudar porque o desenvolvimento já não tem uma paridade clara com o emprego, ou seja, mesmo que a cidade de São Paulo continue se desenvolvendo, a estrutura do desenvolvimento econômico já não concebe o modelo que oferece muitos empregos. Pelo contrário, as máquinas estão sendo adotadas em larga escala nas indústrias, nos setores da construção civil, como substituição de mão-de-obra”.
A partir da década de 80, conhecida como década perdida para a economia brasileira, o fluxo migratório começou a mudar.
“A migração para o sudeste continua acontecendo é muito forte, porem nos últimos 30 anos a migração de retorno e tão forte quanto a migração de vinda”. Comenta o professor Helion.

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Revista RegiãoCult - Edição nº01 - 10 de Junho de 2010